A história não se repete, mas rima: quais setores investir agora no Brasil

Crescimento econômico moderado e incertezas externas oferecem oportunidades em commodities, energia renovável, infraestrutura e tecnologia

INVESTIMENTO

Equipe Feed Financeiro

8/5/20253 min read

Em um cenário de crescimento econômico mais moderado, estimado em +2,3% para 2025, o Brasil atravessa um momento de ajustamento marcado por juros elevados, dívida pública expressiva e tensões externas. Mesmo com esses desafios, padrões históricos de recuperação e transição setorial oferecem pistas valiosas: embora a história não se repita, ela com frequência rima, e o investidor atento pode identificar segmentos com potencial de valorização e resiliência.

O primeiro setor em destaque é o de commodities e energia fóssil, impulsionado pela recente descoberta da BP no campo Bumerangue, que representa o maior achado em petróleo e gás na costa brasileira em 25 anos. Com investimentos da Petrobras e outras majors planejados em novos blocos do pré-sal, o setor extractivo segue atraente, especialmente se os preços do petróleo se mantiverem firmes.

Outra área promissora é a de energia renovável e infraestrutura energética. O Brasil tem capacidade crescente em solar (53,9 GW) e eólica (cerca de 29 GW até meados de 2025), atingindo mais de 20% da matriz elétrica nacional. A combinação do Plano de IA do governo brasileiro com infraestrutura limpa também desperta interesse: centros de dados sustentáveis devem prosperar à medida que multinacionais (Microsoft, Amazon etc.) expandem investimentos no país.

O setor de infraestrutura e logística vive um momento positivo, com investimentos privados previstos em torno de R$ 300 bi em 2025, direcionados a transportes, energia e projetos urbanos. Esses esforços tendem a criar demanda por construção, concessões e mobilidade, gerando oportunidades em ações e títulos ligados ao setor.

Em paralelo, vale acompanhar o avanço da tecnologia, IA e indústria 4.0. Programas como EBIA e e‑Digital fortalecem adoção de IA nas empresas brasileiras, sobretudo em indústrias automotivas, químicas e saúde. Os ganhadores serão grandes empresas com capacidade de digitalizar processos, reduzir custos e escalar produtividade, além de startups que possam se inserir em cadeias globais de tecnologia.

No cenário macro, apesar dos juros altos (Selic em 15%) e déficit fiscal, o consumo interno continua firme, sustentando empresas com foco no mercado doméstico. Fundos estrangeiros ainda moderam suas saídas, mas mantêm exposição em segmentos como Energia, Utilities e Materiais, enquanto investidores locais seguem vendendo ativos com menor escala.

Nota editorial: A imagem deste artigo é meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial. Não representa eventos, pessoas, objetos ou lugares reais. Em caso de figuras públicas, marcas ou personagens fictícios, a representação é simbólica e sem intenção de retratar fatos reais ou infringir direitos autorais.

Principais Informações

  • BP fez a maior descoberta de petróleo em águas brasileiras em 25 anos, reforçando perspectivas no setor de energia.

  • Cobertura renovável avança: solar com ~54 GW e eólica com ~29 GW instalados em 2025.

  • Investimentos privados em infraestrutura devem atingir R$ 300 bi em 2025.

  • Programas nacionais impulsionam IA e Indústria 4.0, especialmente em automotivo, saúde e químicos.

  • Setores mais buscados por estrangeiros: Energia, Utilities e Materiais; capital doméstico permanece cauteloso.

  • Economia segue crescendo moderadamente com forte consumo interno, apesar dos juros elevados.

Opinião Feed Financeiro

Quando dizemos que “a história não se repete, mas rima”, estamos destacando como crises passadas e ciclos atuais compartilham dinâmicas semelhantes: o Brasil responde aos choques globais com realinhamento setorial. Hoje, há marcas claras de que os setores tradicionais – como commodities e energia – continuam relevantes, mas novos vetores emergem com poder disruptivo: a aposta em energia sustentável, IA e infraestrutura moderna representa o rimo renovado do passado.

Para o investidor, isso significa diversificação inteligente: empresas ligadas à exportação e à produção de petróleo podem depender dos preços globais, mas o avanço da energia limpa e da digitalização industrial oferece resiliência e potencial de crescimento estável. Em um mercado volátil, vencerá quem antecipar essas rimas e posicionar portfólios com visão de longo prazo, mesclando ativos defensivos e de inovação tecnológica.

Fontes: Reuters, Investing.com, BBVA Research, Time