Dívida pública deve chegar a 82% do PIB até 2026, alerta Tesouro
Crescimento do endividamento pressiona sustentabilidade fiscal e eleva percepção de risco no mercado.
MERCADO


O Tesouro Nacional elevou sua projeção para a dívida bruta do Brasil e agora estima que o índice alcance 82% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026, contra os 71,7% registrados no início do atual mandato. O aumento é atribuído ao impacto combinado de inflação persistente, câmbio desvalorizado e manutenção da taxa Selic em níveis elevados.
Segundo o boletim mais recente, metade da dívida pública está indexada à Selic, atualmente em 15% ao ano. Com os juros pressionando o serviço da dívida, o cenário acende alerta sobre a sustentabilidade fiscal, em especial diante de gastos obrigatórios crescentes e baixa margem de manobra orçamentária.
A projeção do Tesouro também indica que, caso o ritmo atual se mantenha, o endividamento poderá chegar a 84,3% do PIB até 2028 — número superior à estimativa anterior de 81,8% para 2027. Essa trajetória ascendente preocupa agentes do mercado, que observam o aumento do risco Brasil e as consequências sobre o custo de capital e a atratividade dos ativos domésticos.
Com a maior percepção de risco soberano, investidores passam a exigir prêmios mais elevados em títulos públicos e privados, elevando a taxa básica de financiamento do país. Isso impacta o câmbio, a confiança de longo prazo e a capacidade do governo de rolar sua dívida a custos sustentáveis.
Apesar do cenário desafiador, analistas apontam que ainda há espaço para oportunidades em renda fixa, especialmente nos ativos que se beneficiam de juros altos. Títulos indexados ao IPCA, prefixados de médio prazo e fundos de crédito estruturado seguem com boa atratividade, desde que acompanhados de gestão profissional e diversificação adequada.
Nota editorial: A imagem deste artigo é meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial. Não representa eventos, pessoas, objetos ou lugares reais. Em caso de figuras públicas, marcas ou personagens fictícios, a representação é simbólica e sem intenção de retratar fatos reais ou infringir direitos autorais.
Principais Informações:
Dívida pública projetada em 82% do PIB até 2026.
Alta da Selic impacta o custo do serviço da dívida.
Endividamento pode chegar a 84,3% do PIB em 2028.
Percepção de risco soberano pressiona juros e câmbio.
Renda fixa indexada ainda oferece boas oportunidades.
Opinião Feed Financeiro
O avanço contínuo da dívida pública evidencia a fragilidade do equilíbrio fiscal brasileiro. Sem medidas de controle estrutural, o governo pode enfrentar custos crescentes para se financiar, o que afeta toda a economia. Ao mesmo tempo, o investidor atento pode tirar proveito do cenário — desde que com estratégias cautelosas, olho no risco soberano e foco em ativos resilientes ao ambiente de juros altos.
Fontes: Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda, Valor Econômico, XP Research.