Estados Unidos aplicam 50% de tarifas sobre produtos brasileiros: impacto nos setores
Café, carne e suco de laranja lideram lista de exportações afetadas; exceções reduzem impacto, mas setores continuam expostos
MERCADO


Em 30 de julho, o governo dos Estados Unidos, por meio de um decreto executado por Donald Trump, anunciou a elevação das tarifas de importação sobre produtos brasileiros para 50%, com vigência prevista a partir de 1º de agosto de 2025. A medida, baseada em uma alegada emergência nacional, inclui isenções para setores como fabricação de aeronaves civis, ferro e aço, celulose e cobre refinado. Ainda assim, setores sensíveis como café, carne bovina, suco de laranja e sebo bovino permanecem expostos à tarifa máxima.
Apesar do alívio trazido pelas exclusões, analistas estimam que a tarifa efetiva média sobre exportações brasileiras para os EUA seja de cerca de 30,8%, considerando os produtos ainda afetados. Apesar de os EUA responderem por apenas 12% do total das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2025, o impacto nas cadeias produtivas específicas pode ser substancial.
Principais produtos taxados e setores afetados
Café: o Brasil é o maior exportador mundial de café arábica e fornece cerca de 34% do consumo dos EUA. A tarifa reduziria a competitividade de exportadores brasileiros e elevaria o preço para consumidores norte-americanos, com impactos já refletidos em alta nos futuros e projeções de demanda.
Carne bovina e sebo (tallow): a tarifa de 50% ameaça a participação brasileira nos mercados dos EUA, onde o país responde por cerca de 12% das importações de carne bovina; o sebo, usado na indústria de biocombustíveis, também está exposto.
Suco de laranja: produto de alta representatividade, exportações ao mercado norte-americano podem se tornar inviáveis com aumento tarifário estimado em até seis vezes o valor atual, segundo associações do setor.
Principais exceções às tarifas
Celulose (pulp), cobre refinado e sucata, partes aeronáuticas, aço e alumínio (sob outras tarifas).
Setores como mineração e energia exportam parte significativa com isenção — cerca de 75% dos produtos do setor mineral estão fora da medida.
Possíveis impactos econômicos
Exportadores agrícolas (suco, carne, café) enfrentam risco de queda nas vendas e pressões sobre margens, com potencial acúmulo de estoques domésticos e queda de preços.
Consumidores americanos podem sofrer com aumento de preços em produtos como café e suco, já que tarifas se refletem na cadeia de distribuição.
Relações diplomáticas e comerciais entram em tensão: o Brasil já acionou a OMC e promulgou lei de reciprocidade comercial, e os EUA indicam posição negociadora rígida por enquanto.
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Principais Informações
EUA instituem tarifa adicional total de 50% sobre importações brasileiras a partir de 01/08/2025.
Tarifa efetiva estimada em 30,8%, depois de exclusões importantes.
Produtos mais impactados: café, carne bovina, suco de laranja e sebo bovino.
Exceções incluem celulose, cobre refinado, aço/alumínio e aeronaves.
Exportadores e consumidores dos EUA devem sentir os efeitos via aumento de preços e redução da competitividade brasileira.
Opinião Feed Financeiro
O anúncio das tarifas marca um ponto crítico na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, com potencial de alterar fluxos de exportação e influenciar preços globais de commodities. Embora as exceções aliviantes diminuam a abrangência do choque, setores estratégicos continuam vulneráveis e merecem atenção redobrada. Para o investidor, é essencial monitorar sinais de renegociação diplomática ou acordos que possam reverter parte das tarifas, além de avaliar impactos sobre empresas ligadas às cadeias exportadoras brasileiras. A volatilidade gerada terá reflexos não apenas na pauta externa, mas também na confiança do mercado e no comportamento do real perante o dólar.
Fontes: Reuters, Financial Times, StoneX, Covington & Burling, Agência AP