Governo brasileiro adota medidas fiscais e financeiras que elevam risco no mercado
Consolidação fiscal, disputa com o Congresso e alta de tarifas geram volatilidade e elevam percepção de risco
MERCADO


O governo do Brasil anunciou recentemente uma série de medidas que impactam diretamente o mercado financeiro e levantam incertezas fiscais. Entre elas, destaca-se o fim do congelamento de gastos federal, uma nova legislação para reduzir benefícios fiscais e a tentativa de aprovar um aumento do IOF, enquanto a disputa com o Congresso e o cenário externo agravam a tensão.
Em 22 de julho, o governo recuou em restrições de gastos ao liberar parte do bloqueio fiscal: o contingenciamento que era de R$ 31,3 bilhões caiu para R$ 10,7 bilhões. Essa redução foi possível graças ao aumento na projeção de receitas governamentais, especialmente da exploração de recursos naturais e leilões de petróleo.
Mesmo com esse alívio orçamentário, o Legislativo rejeitou a tentativa do Executivo de elevar o IOF sobre operações financeiras e câmbio. O veto gerou impasse e fez o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal para contestar a decisão do Congresso.
Paralelamente, a expectativa de que o Copom mantenha a taxa Selic nos atuais 15% até o final de 2025 contribui para um custo de oportunidade elevado, inibindo apetite por ativos de risco. Analistas projetam que qualquer nova alta fiscal poderia acelerar a desaceleração econômica.
O governo também estuda uma proposta para reduzir isenções fiscais federais em até 10%, com objetivo de arrecadar aproximadamente R$ 40 bilhões por ano. Essa medida faria parte de um esforço maior para consolidar as contas públicas em meio à fragilidade da coalizão governista.
Este conjunto de ações — ajustes fiscais, conflitos institucionais, pressão sobre gastos públicos — está gerando um ambiente de instabilidade institucional que pressiona a percepção de risco no mercado e contribui para a volatilidade nos ativos brasileiros.
Nota editorial: A imagem deste artigo é meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial. Não representa eventos, pessoas, objetos ou lugares reais. Em caso de figuras públicas, marcas ou personagens fictícios, a representação é simbólica e sem intenção de retratar fatos reais ou infringir direitos autorais.
Principais Informações
Bloqueio fiscal foi reduzido de R$ 31,3 bi para R$ 10,7 bi após aumento da arrecadação
Congresso rejeitou aumento do IOF; governo recorre ao STF
Proposta de corte de 10% em isenções fiscais busca gerar R$ 40 bi por ano
Selic mantida em 15%, elevando custo de oportunidade e inibindo risco
Instabilidade política e fiscal aumenta a percepção de risco no mercado
Opinião Feed Financeiro
O governo busca fortalecer as finanças públicas num momento de tensão política e fragilidade governista. O recuo em cortes de gastos pode trazer alívio de curto prazo, mas a rejeição ao aumento do IOF e os conflitos com o Congresso indicam dificuldades na implementação de reformas estruturais. Para os investidores, este é um alerta: mesmo medidas consideradas positivas podem estar sujeitas a reversões institucionais. O ideal é adotar estratégias com foco em liquidez, diversificação e resiliência, considerando que o risco político — e seus impactos sobre juros, câmbio e crédito — ainda está longe de ser contido.
Fontes: Reuters, Bloomberg