Juízes reforçam resistência a sanções externas e bancos seguem sob impacto na B3
Perdas bilionárias no setor financeiro e pressão de executivos junto ao STF marcam a semana após decisão de Dino
MERCADO


Três dias após a decisão do ministro do STF Flávio Dino, que determinou que leis estrangeiras só produzem efeito no Brasil após homologação judicial, o setor financeiro continua sob forte pressão. O ambiente de incerteza jurídica ganhou novo capítulo com declarações de ministros e a mobilização direta de executivos de bancos em Brasília.
Alexandre de Moraes reforçou que instituições financeiras que aplicarem sanções dos Estados Unidos sem autorização da Justiça brasileira poderão ser punidas internamente. A afirmação ampliou a tensão já provocada pela medida de Dino, especialmente sobre bancos com forte exposição internacional.
Perdas bilionárias e clima de cautela
O impacto mais visível recaiu sobre os papéis das maiores instituições do país. Desde o início da semana, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual acumularam perdas que somam aproximadamente R$ 42 bilhões em valor de mercado. Entre os destaques negativos, Banco do Brasil chegou a cair mais de 5% em um único pregão, enquanto as demais instituições também registraram forte desvalorização.
Esses movimentos alimentaram o clima de cautela na B3. Embora o Ibovespa tenha mostrado uma recuperação pontual na quarta-feira, os papéis do setor bancário permaneceram voláteis. Investidores aguardam maior clareza sobre como a decisão será aplicada na prática e quais serão seus reflexos nas operações internacionais.
Diálogo direto com o STF
Com a incerteza em alta, representantes de bancos buscaram ministros do Supremo para discutir os riscos regulatórios. Segundo informações do Broadcast, executivos expuseram preocupações quanto à possibilidade de conflito entre legislações brasileira e americana. O receio é que a ausência de definição clara prejudique a concessão de crédito e afaste investidores estrangeiros.
Os dirigentes também destacaram os efeitos imediatos da queda das ações, que gerou perda bilionária de valor de mercado em poucos dias. O setor entende que uma orientação institucional consistente é fundamental para restaurar a previsibilidade, elemento essencial para a estabilidade financeira.
Imagem meramente ilustrativa
Principais Informações
STF reafirma que sanções externas só têm validade no Brasil com homologação judicial.
Moraes alerta para punições a bancos que apliquem sanções dos EUA sem aval da Justiça.
Perda acumulada do setor bancário chega a cerca de R$ 42 bilhões em valor de mercado.
Executivos se reuniram com ministros do STF para debater insegurança regulatória.
Incerteza pode afetar crédito, liquidez e relações com mercados internacionais.
Opinião Feed Financeiro
A sequência de eventos evidencia que a turbulência não é passageira. Ao mesmo tempo em que o STF reafirma a soberania nacional, cresce a sensação de que a falta de previsibilidade ameaça a confiança do sistema financeiro. O encontro entre bancos e ministros mostra que o setor busca soluções institucionais para evitar uma escalada de riscos.
O dilema é evidente: proteger a autonomia jurídica sem comprometer o acesso a mercados globais. Nesse contexto, a volatilidade tende a permanecer elevada até que haja um sinal claro sobre a aplicação da medida. O episódio reforça a importância da segurança regulatória como condição indispensável para a estabilidade da economia brasileira.
Fontes: Reuters, CNN Brasil, Money Times, Estado de Minas, Broadcast