Resumo da semana: B3 mantém recorde e dólar recua com cenário de juros estáveis

Indicadores refletem otimismo corporativo e ambiente monetário firme

MERCADO

Equipe Feed Financeiro

11/9/2025

A semana foi marcada pela continuidade do bom humor no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa renovou o recorde histórico e o dólar comercial recuou levemente, refletindo a combinação entre resultados corporativos positivos e a manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central. A valorização da bolsa e o desempenho cambial reforçam o apetite por risco, enquanto o cenário global segue mais estável após semanas de volatilidade. O tom moderado de autoridades monetárias no exterior, aliado à percepção de responsabilidade fiscal no Brasil, ajudou a consolidar um ambiente de maior confiança entre investidores institucionais e de varejo.

Balanços e fluxo estrangeiro impulsionam a bolsa

O Ibovespa encerrou a semana em 154.063 pontos, alta de 0,47% na sexta-feira (7) e avanço acumulado de 2,9% nos últimos cinco pregões, segundo dados da B3 e da Agência Brasil. Esse desempenho foi impulsionado por balanços corporativos sólidos, especialmente no setor de commodities e financeiro, e pela continuidade da entrada de capital estrangeiro. Empresas como Petrobras e Vale ajudaram a sustentar o movimento, com destaque para o lucro de R$ 32,7 bilhões da petroleira no terceiro trimestre e a distribuição de dividendos bilionários, o que reforçou o otimismo dos investidores.

O ambiente externo mais calmo também contribuiu para o apetite por ativos de risco, com os mercados internacionais reagindo de forma moderada aos dados de emprego e inflação nos Estados Unidos. A busca global por oportunidades em mercados emergentes tem beneficiado o Brasil, especialmente em um contexto de estabilidade fiscal e juros elevados que continuam atraindo investidores. Além disso, setores de infraestrutura e consumo interno voltaram a registrar fluxo positivo, sinalizando que parte do capital estrangeiro começa a mirar ativos menos expostos à volatilidade de commodities.

Câmbio recua em meio à estabilidade monetária

O dólar comercial terminou a sexta-feira cotado a R$ 5,33, registrando leve queda de 0,22% no dia e 0,8% na semana, segundo o portal Investing.com. O real foi uma das moedas que mais se valorizaram no período entre emergentes, impulsionado pelo diferencial de juros e pela percepção de menor risco local. A decisão do Banco Central de manter a Selic em 15% reforçou a atratividade do Brasil no curto prazo, ao mesmo tempo em que sustenta o controle inflacionário.

Apesar do recuo do câmbio, o mercado ainda observa com cautela os próximos passos da política monetária global, especialmente nos Estados Unidos. Um eventual atraso na redução das taxas pelo Federal Reserve poderia reverter parte dos ganhos recentes das moedas emergentes. Ainda assim, o fluxo estrangeiro e a boa temporada de resultados têm dado suporte ao real, que permanece entre as moedas de melhor desempenho em 2025. Para analistas, o equilíbrio atual reflete a confiança do investidor estrangeiro na condução econômica do país e no compromisso com as metas fiscais.

Imagem meramente ilustrativa

Principais informações

  • Ibovespa: 154.063 pontos (+0,47% no dia / +2,9% na semana)

  • Dólar comercial: R$ 5,33 (–0,22% no dia / –0,8% na semana)

  • Selic mantida em 15% pelo Banco Central

  • Lucro da Petrobras no 3º trimestre: R$ 32,7 bilhões

  • Entrada de capital estrangeiro na B3

  • Real entre as moedas mais fortes da semana

  • Otimismo em torno de balanços e estabilidade fiscal

Opinião Feed Financeiro

A sequência de recordes da B3 e o recuo do dólar mostram que o mercado brasileiro atravessa uma fase de confiança sustentada, embora ainda dependente de fatores externos. O cenário de juros altos tem duplo efeito: garante estabilidade de preços e atrai capital estrangeiro, mas também limita o crescimento interno. É nesse equilíbrio que o investidor precisa manter a atenção — compreender que o otimismo não substitui os fundamentos e que a precaução é parte essencial de qualquer ciclo de alta.

Do ponto de vista comportamental, é nos momentos de euforia que se testam a disciplina e a racionalidade do investidor. A história mostra que o excesso de otimismo pode gerar correções inesperadas, e a melhor postura é aproveitar o bom momento sem perder o senso de proporção. A valorização atual é sinal de força, mas também de responsabilidade: crescer exige solidez e consciência sobre o próprio risco.

Fontes: Agência Brasil, B3, Reuters, Exame