Resumo da Semana: B3 sobe a recordes e dólar permanece estável
Indicadores refletem ambiente de juros, política interna e expectativas externas
MERCADO


Nesta semana, os mercados brasileiros fecharam em tom positivo, acompanhando a melhora do cenário externo e a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos. O Ibovespa renovou recordes de fechamento, sustentado pelo fluxo estrangeiro e pelo bom desempenho das commodities. Já o dólar oscilou pouco, encerrando a semana em queda diante da combinação de fatores internos e externos que deram sustentação ao real.
Expectativa internacional impulsiona Bolsa
No exterior, os investidores acompanharam de perto os sinais do Federal Reserve, que poderá iniciar cortes de juros ainda neste mês. Essa perspectiva aumentou o apetite por ativos de risco, favorecendo emergentes como o Brasil. O movimento de valorização das commodities, em especial petróleo e minério de ferro, também reforçou o desempenho da B3. Empresas ligadas ao setor de energia e mineração tiveram ganhos relevantes, ajudando a puxar o índice para cima.
O ambiente internacional ainda refletiu dados da China, onde estímulos econômicos seguem sendo implementados para sustentar a atividade industrial. Essa sinalização contribuiu para a valorização dos papéis ligados à exportação no Brasil. Além disso, a recuperação parcial das bolsas europeias trouxe otimismo adicional, ampliando a atratividade dos ativos de países emergentes.
Política interna e câmbio: cenário de atenção
No Brasil, a decisão do Copom de manter a Selic em 15% foi interpretada como sinal de firmeza no combate à inflação. Embora o discurso mais duro tenha limitado apostas em cortes rápidos, a manutenção dos juros reforçou a atratividade do real frente ao dólar. O câmbio ainda foi influenciado pela atuação do Banco Central, que promoveu leilões para conter oscilações mais fortes da moeda.
No campo político, a tramitação da PEC da Blindagem dominou a pauta, trazendo momentos de cautela ao mercado. O debate sobre a proposta levantou dúvidas sobre os impactos fiscais de médio prazo, mas não impediu o avanço da bolsa. Investidores também acompanharam dados atualizados de inflação, que mostraram leve revisão para baixo nas projeções do IPCA para 2025.
Outro ponto de atenção foi o fluxo de capitais estrangeiros. O saldo positivo da semana indicou confiança na renda variável brasileira, mesmo em meio a incertezas políticas. O volume negociado na B3 se manteve elevado, sinalizando que os investidores seguem atentos às oportunidades locais enquanto aguardam definições no cenário internacional.
Imagem meramente ilustrativa
Principais informações:
Ibovespa fecha a 145.865 pontos (+2,53% na semana)
Dólar comercial a R$ 5,320 (-0,62% na semana)
Recorde renovado no fechamento da sexta-feira
Selic mantida em 15% pelo Copom
Fed sinaliza possível corte de juros
PEC da Blindagem gera cautela no câmbio
Commodities e fluxo estrangeiro impulsionam B3
Opinião Feed Financeiro
O desempenho da B3 nesta semana ilustra como o Brasil se beneficia de um ambiente global mais favorável, ao mesmo tempo em que precisa administrar desafios internos. A perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve abre espaço para maior fluxo de capitais, mas a política doméstica e o debate fiscal ainda limitam a confiança plena dos investidores.
O câmbio mostra essa divisão com clareza: apesar do dólar mais fraco no cenário internacional, o real segue sujeito à volatilidade causada por ruídos internos. Assim, o mercado fecha a semana equilibrando otimismo e prudência, com sinais positivos para os ativos, mas consciente de que mudanças no ambiente político ou nas decisões do Fed podem alterar rapidamente a trajetória.
Fontes: Reuters, Agência Brasil, InfoMoney