Resumo do dia: B3 avança e dólar recua com apoio das blue chips e cautela nos EUA

Indicadores refletem otimismo interno e risco fiscal norte-americano no radar

MERCADO

Equipe Feed Financeiro

9/30/2025

O início da última semana de setembro foi marcado por otimismo no mercado financeiro brasileiro. A B3 encerrou esta segunda-feira em alta consistente, renovando máximas históricas, enquanto o dólar recuou frente ao real, acompanhando um cenário externo de maior cautela e influenciado por fatores domésticos que reforçaram a confiança dos investidores. O resultado refletiu uma combinação de notícias locais positivas e sinais de que a política monetária global deve permanecer firme, mas sem novos choques imediatos.

Renovação de máximas e fluxo de confiança

O Ibovespa fechou o pregão em 146.336,80 pontos, registrando alta de 0,61% no dia. Durante a sessão, o índice alcançou a máxima intradia de 147.558,22 pontos, renovando mais um recorde histórico. A movimentação reforça a percepção de que, apesar da volatilidade recente, o mercado segue com apetite por ativos brasileiros quando há sinais de maior previsibilidade.

O desempenho positivo foi sustentado por empresas de grande peso na carteira, como Petrobras e bancos, mas o destaque ficou para as ações da Eletrobras, que lideraram as valorizações após movimentos de reprecificação e expectativas de avanço em projetos estratégicos. Além dos ganhos das blue chips, analistas destacaram a influência de discursos recentes do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressaltando a importância da manutenção de uma política monetária firme para conter pressões inflacionárias. Essa postura foi interpretada como sinal de comprometimento institucional, transmitindo maior segurança ao mercado local.

Dólar cede diante de clima externo mais brando

O dólar comercial encerrou a sessão cotado a R$ 5,3197, queda de 0,35% em relação ao pregão anterior. A retração da moeda norte-americana foi atribuída à fraqueza global do dólar, em parte relacionada ao impasse orçamentário nos Estados Unidos, que trouxe receios de uma paralisação parcial do governo (“shutdown”). Esse risco reduziu a demanda por dólar como ativo de proteção e abriu espaço para valorização do real.

Operadores também observaram movimentos técnicos de ajuste após a sequência de altas registradas na semana anterior. O comportamento do câmbio reforça que o real continua vulnerável a fatores externos, mas pode se beneficiar de momentos de menor pressão internacional. Outro ponto importante é que, mesmo com a queda do dólar, o Banco Central manteve sua estratégia de monitorar atentamente a volatilidade, sem necessidade de intervenções adicionais no mercado de câmbio.

Contexto internacional e efeitos sobre os ativos locais

No exterior, os principais índices acionários apresentaram desempenho misto. Nos Estados Unidos, o impasse sobre o orçamento federal gerou preocupação com a possibilidade de paralisação de parte das atividades do governo, o que trouxe incerteza adicional para os investidores globais. A leitura, no entanto, acabou beneficiando moedas emergentes como o real, já que a perspectiva de instabilidade fiscal americana reduziu parte da força do dólar.

Na Europa, as bolsas fecharam sem direção única, refletindo dados industriais mais fracos do que o esperado. Já na Ásia, o mercado reagiu de forma positiva a novos estímulos anunciados pela China, reforçando a visão de que Pequim segue comprometida em sustentar o crescimento econômico. Essa combinação de fatores contribuiu para que o Brasil recebesse fluxos de capital em busca de diversificação.

Imagem meramente ilustrativa

Principais informações:

  • Ibovespa fecha a 146.336,80 pontos (+0,61%)

  • Dólar comercial a R$ 5,3197 (−0,35%)

  • Máxima intradia do Ibovespa: 147.558,22 pontos

  • Eletrobras lidera as altas do dia

  • Discursos do Banco Central reforçam compromisso monetário

  • Risco de shutdown nos EUA pressiona o dólar globalmente

  • China anuncia novos estímulos para a economia

Opinião Feed Financeiro

O pregão de hoje demonstrou como o mercado brasileiro se mantém resiliente em meio às turbulências globais. A valorização do Ibovespa e a queda do dólar refletem tanto o apetite externo por ativos emergentes quanto a confiança gerada por sinais domésticos de disciplina monetária. O avanço das ações da Eletrobras mostrou que, além dos fatores macroeconômicos, há espaço para movimentos específicos em empresas estratégicas.

Ainda assim, é preciso cautela. A vulnerabilidade do real e a dependência da bolsa de fluxos externos reforçam que ganhos recentes podem ser rapidamente revertidos caso o cenário internacional mude de direção. O risco de paralisação do governo americano é apenas um exemplo de como fatores externos continuam ditando parte do ritmo dos mercados. O dia termina com otimismo, mas também com a lembrança de que volatilidade seguirá como componente inevitável do ambiente de investimentos no Brasil.

Fontes: MoneyTimes, InfoMoney