Resumo do dia: B3 fecha em baixa e dólar sobe
Ibovespa recua 0,18% e termina aos 137.771 pontos; dólar avança com impacto da deflação do IPCA-15
MERCADO


A bolsa brasileira encerrou o pregão em queda, refletindo uma combinação de fatores internos e externos que reforçaram a cautela dos investidores. O Ibovespa recuou 0,18%, terminando aos 137.771 pontos, após oscilar entre 137.058 e 138.036 pontos ao longo da sessão. O volume financeiro foi de aproximadamente R$ 20 bilhões, nível considerado apenas moderado, mas superior ao observado nos últimos pregões, o que mostra maior atividade pontual do mercado diante dos indicadores divulgados.
Reação do câmbio e da inflação
No câmbio, o dólar à vista subiu 0,37%, encerrando a R$ 5,4345. A valorização da moeda americana refletiu um ambiente de maior aversão ao risco, influenciado tanto por fatores externos quanto pela leitura interna da inflação. O IPCA-15, considerado prévia do índice oficial, registrou deflação de 0,14% em agosto. O dado trouxe algum alívio, mas frustrou as expectativas, já que o mercado projetava queda mais acentuada, de 0,21%. Essa diferença gerou dúvidas sobre a velocidade do processo de desinflação e reduziu o espaço para movimentos mais fortes de recuperação na bolsa.
Além do efeito direto nos preços, o dado de inflação alimentou debates sobre a política monetária. Parte do mercado enxerga a deflação como sinal positivo para a continuidade dos cortes de juros, mas a leitura aquém da expectativa reforça a percepção de que o processo será gradual. Esse equilíbrio delicado impactou a curva de juros futuros, que encerrou a sessão em alta nos principais vencimentos, sinalizando prudência dos investidores em relação às próximas decisões do Banco Central.
Contexto político e ambiente externo
O cenário internacional também contribuiu para a instabilidade. Nos Estados Unidos, a proximidade das eleições e as incertezas sobre a condução da política monetária pelo Federal Reserve aumentaram a volatilidade global. Investidores seguem atentos aos discursos de autoridades e às projeções de juros, que continuam sendo fator determinante para o fluxo de capitais em direção a mercados emergentes.
Na B3, setores mais sensíveis ao crédito, como varejo e construção civil, sentiram a pressão do movimento dos juros futuros, enquanto papéis ligados a exportação se beneficiaram parcialmente do dólar mais alto. Esse contraste setorial ajudou a explicar a volatilidade do índice ao longo do dia.
Imagem meramente ilustrativa
Principais Informações
Ibovespa caiu 0,18%, fechando aos 137.771 pontos.
Oscilação intradiária entre 137.058 e 138.036 pontos.
Volume financeiro aproximado de R$ 20 bilhões.
Dólar à vista subiu 0,37%, cotado a R$ 5,4345.
IPCA-15 apontou deflação de 0,14%, acima da expectativa de -0,21%.
Juros futuros fecharam em alta, refletindo cautela do mercado.
Opinião Feed Financeiro
O pregão mostrou que o mercado brasileiro continua dividido entre sinais de alívio e de pressão. A deflação do IPCA-15, embora positiva, não atendeu plenamente às expectativas, o que manteve a incerteza no radar. A alta do dólar e dos juros futuros reforçou a percepção de que a cautela segue como estratégia predominante entre os investidores.
A influência do cenário externo permanece central. Enquanto não houver clareza sobre os próximos passos do Federal Reserve e maior estabilidade política nos Estados Unidos, a B3 deve oscilar entre avanços moderados e correções pontuais. Para o investidor local, o momento é de observação atenta, em busca de entender se os sinais de desinflação serão suficientes para sustentar uma trajetória mais consistente de crescimento no mercado de capitais.
Fontes: Money Times, ADVFN, Bora Investir