Resumo do dia: B3 renova recordes e dólar recua

Indicadores refletem discurso internacional otimista e postura monetária firme

MERCADO

Equipe Feed Financeiro

9/24/2025

O pregão desta terça-feira foi marcado por forte otimismo no mercado financeiro brasileiro. A B3 voltou a renovar recordes, tanto no fechamento quanto no intradia, reforçando a confiança dos investidores diante de sinais mais positivos no cenário externo. O dólar comercial, por sua vez, perdeu força e encerrou em queda, refletindo a menor aversão ao risco e o fluxo de capitais direcionados à renda variável.

Discurso diplomático eleva confiança dos investidores

As atenções do mercado se voltaram para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter conversado com o presidente Lula e anunciou que os dois devem se reunir em breve. O tom de aproximação foi interpretado como uma trégua temporária nas tensões diplomáticas, o que trouxe alívio imediato para os investidores.

Esse movimento se refletiu de maneira direta em setores de maior peso no Ibovespa. As ações de Petrobras avançaram acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional, enquanto os grandes bancos registraram ganhos consistentes, sustentados pela perspectiva de ambiente externo mais estável. Empresas exportadoras também se beneficiaram, já que a melhora do humor global aumenta as expectativas de demanda e fortalece a confiança no fluxo de comércio.

Além disso, o mercado internacional ofereceu sinais de suporte. Na Europa, os índices acionários tiveram recuperação após dados mais positivos da indústria, e na Ásia, a China voltou a anunciar medidas de estímulo para sustentar sua economia. Esses fatores reforçaram a atratividade dos ativos emergentes, com o Brasil entre os principais beneficiados.

Selic, inflação e expectativas monetárias domésticas

No cenário interno, a ata do Copom confirmou a manutenção da Selic em 15%, ressaltando o compromisso do Banco Central em preservar a estabilidade de preços. A sinalização de política monetária firme foi interpretada como uma estratégia de credibilidade, importante para conter pressões inflacionárias. O mercado leu esse posicionamento como indicativo de que o ciclo de aperto está concluído, mas que não haverá espaço para cortes no curto prazo.

Projeções de inflação seguem em leve tendência de queda, mas ainda acima do centro da meta, o que reforça a importância da manutenção dos juros elevados. Para os investidores, o alinhamento entre política fiscal e monetária será essencial para sustentar a trajetória positiva da bolsa. O volume financeiro da B3, que superou R$ 18 bilhões, mostra que há disposição em ampliar posições, desde que o ambiente interno se mantenha previsível.

No câmbio, a queda do dólar para a casa de R$ 5,27 indica confiança momentânea no real, mas analistas alertam que a trajetória depende diretamente do equilíbrio fiscal. Qualquer surpresa negativa nas contas públicas ou avanço de pautas consideradas de risco pode reverter rapidamente o movimento.

Imagem meramente ilustrativa

Principais informações:

  • Ibovespa fecha aos 146.424,94 pontos (+0,91% no dia)

  • Dólar comercial a R$ 5,2787 (−1,11% no dia)

  • Máxima intradia da B3: 147.178,47 pontos

  • Volume financeiro acima de R$ 18 bilhões no pregão

  • Petrobras e grandes bancos lideraram os ganhos

  • China anuncia novos estímulos para a economia

  • Selic mantida em 15%, reforçando política monetária firme

Opinião Feed Financeiro

O desempenho de hoje confirma que a bolsa brasileira segue altamente sensível às variáveis externas, em especial a política internacional e os discursos diplomáticos. A renovação de recordes no Ibovespa mostra que os investidores reagem de forma imediata a sinais de maior previsibilidade, enquanto o dólar em queda reflete a confiança temporária no real.

Entretanto, o cenário não está livre de riscos. A sustentação da alta depende de avanços concretos tanto no campo diplomático quanto no equilíbrio das contas públicas. A sinalização de firmeza do Banco Central ajuda a ancorar expectativas, mas qualquer ruído político ou fiscal pode alterar rapidamente a trajetória dos ativos. O dia termina com otimismo, mas também com a consciência de que a volatilidade continua sendo um fator permanente no mercado brasileiro.

Fontes: CNN Brasil, InfoMoney, Money Times, SBT News