Semana positiva na B3 termina com forte alta impulsionada por otimismo externo

Ibovespa fecha em alta de 2,57% e dólar recua, consolidando ganho semanal apesar das tensões institucionais

MERCADO

Equipe Feed Financeiro

8/23/2025

A semana foi marcada por contrastes na B3. Depois da forte queda de terça-feira, quando a decisão do ministro Flávio Dino trouxe insegurança ao mercado e penalizou fortemente o setor financeiro, os dias seguintes mostraram uma reação gradual. O fechamento de sexta-feira (22 de agosto de 2025) consolidou um tom mais positivo, com forte alta do Ibovespa e queda do dólar, resultado da combinação entre alívio interno e otimismo externo.

O desempenho da semana ilustra como a bolsa brasileira ainda oscila fortemente entre fatores domésticos e internacionais. Se, por um lado, a decisão do Supremo trouxe volatilidade, por outro, o cenário externo ajudou a equilibrar o humor dos investidores, especialmente após o simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.

O desempenho da sexta-feira

Na última sessão da semana, o Ibovespa avançou 2,57%, encerrando aos 137.968 pontos, na maior valorização percentual desde abril. Nenhuma das ações que compõem o índice registrou queda, reflexo de uma recuperação ampla. Entre os destaques positivos estiveram companhias ligadas ao consumo interno e ao setor de construção civil, como Natura, Cogna, MRV e Cyrela. O desempenho desses papéis sinaliza que investidores voltaram a enxergar oportunidades em setores diretamente ligados ao crédito e à atividade doméstica.

O câmbio também acompanhou o movimento de alívio. O dólar comercial recuou 0,95%, terminando cotado a R$ 5,42, após dias de pressão. O volume financeiro foi expressivo, girando próximo de R$ 23 bilhões, mostrando que o apetite por risco voltou a crescer em uma sessão marcada por liquidez elevada.

O saldo da semana

No acumulado semanal, o Ibovespa avançou 1,19%, revertendo parte das perdas da terça-feira, quando havia caído mais de 2% em resposta à decisão do STF. Apesar da volatilidade, o índice conseguiu encerrar em território positivo, sustentado pela retomada dos bancos e pelo desempenho forte de empresas domésticas.

O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole foi determinante para essa melhora. Ao sinalizar uma postura mais branda em relação à política monetária, Powell reforçou as expectativas de cortes de juros nos EUA, o que favorece o fluxo de capitais para mercados emergentes como o Brasil. Esse movimento ajudou a equilibrar os receios locais e deu novo fôlego ao pregão.

Imagem meramente ilustrativa

Principais Informações

  • Ibovespa fechou em alta de 2,57%, aos 137.968 pontos.

  • O índice acumulou valorização semanal de 1,19%.

  • Dólar recuou 0,95%, encerrando a R$ 5,42.

  • Volume financeiro do pregão foi de aproximadamente R$ 23 bilhões.

  • Nenhuma ação do índice terminou em queda; setores de consumo e construção lideraram os ganhos.

Opinião Feed Financeiro

O desfecho da semana mostrou que o mercado brasileiro ainda depende fortemente de fatores externos para sustentar movimentos de alta. A recuperação robusta de sexta-feira serviu como alívio, mas também reforçou a fragilidade da confiança interna. A instabilidade política e jurídica permanece como risco relevante, capaz de inverter rapidamente o humor do investidor.

Para os próximos dias, o desafio será transformar esse respiro em tendência. O capital estrangeiro tende a permanecer atento à política monetária global, mas o Brasil precisa oferecer previsibilidade para consolidar ganhos. O recado da semana é claro: sem estabilidade institucional, a B3 continuará vulnerável a oscilações abruptas, mesmo diante de um cenário internacional favorável.

Fontes: Money Times, InfoMoney, Estadão Conteúdo, Bora Investir